Enfim, ele chegou: o novo Cerato, lançado no último final de semana em evento promovido pela Kia na Bahia, foi bastante comentado pelos principais meios automotivos desde então. Um aspecto, entretanto, tem sido recorrente na maioria das avaliações: o custo-benefício ficou bastante desfavorável.
Maior, mais bonito – opinião pessoal, embora continue considerando a versão que ainda está sendo comercializada um dos sedãs médios mais bonitos do mercado – e mais equipado do que a versão anterior, o novo Cerato peca em dois fatores fundamentais: motorização e preço.
O motor 1.6 16V de 128 cavalos de potência inegavelmente é bom, mas insuficiente para posicionar o Kia de maneira competitiva diante de concorrentes com no mínimo 1.8. Sei da economia de combustível deste motor (em sua versão monocombustível), mas o carro fica praticamente indefensável quando analisamos um preço inicial de R$ 67.400 (fora o frete) para o manual equipado com apenas duplo airbag – concorrentes como Chevrolet Cruze, Renault Fluence e VW Jetta, em suas versões de entrada, já contam com pelo menos 4 airbags.
A Kia diz que o novo Cerato voltará a ser o carro-chefe da marca por aqui e, otimista, espera vender aproximadamente 5.000 unidades até o final do ano – o que daria uma média mensal de 625 unidades -, algo relativamente difícil se tomarmos por base o desempenho comercial da atual geração, cujos preços são em média R$ 10 mil inferiores.
É uma pena que o aumento do IPI para os importados tenha prejudicado a situação da Kia, mas também é uma pena que a própria marca tenha dificuldades de enxergar que se não tomar uma atitude enérgica não será capaz de sair do estado de letargia em que se encontra desde o ano passado.
Vou terminar lançando uma pergunta polêmica para os cerateiros de plantão: quantos de vocês comprariam a nova geração com base nos preços estabelecidos? A discussão está aberta!