Nosso colega Ogg Ibrahim (
http://oggibrahim.blogspot.com/), jornalista da Rede Record e “cerateiro”, passou uma semana testanto a nova Sportage e agora compartilha conosco tudo o que ele descobriu neste convívio com o mais novo utilitário esportivo da Kia:
“Que defeitos apontar num carro que mal foi apresentado no Salão do Automóvel, em outubro, e já foi escolhido o carro do ano pela imprensa especializada? Essa foi a missão a qual me dediquei durante uma semana de posse da nova Sportage. Em quase todas as publicações que li sobre o SUV, os elogios são extensos, então revirei o veículo para achar algo de ruim, incômodo ou simplesmente desnecessário. E confesso: tarefinha complicada essa, viu!
Para me ajudar na missão contei com a ajuda de uma das poucas mulheres que conheço que realmente se importam com detalhes automotivos – a Débora, minha mulher – uma “crica” de mão cheia quando se trata de “mimos” que os carros trazem, ou não. No texto abaixo, as observações dela.
Bom, já que as virtudes da Sportage 2011 são inúmeras, vamos começar pelos defeitos que encontrei. Na verdade, nem dá pra chamar de defeito. Digamos que sejam mais “equívocos” num projeto quase perfeito. Não que eles sejam importantes para todos os motoristas ou pesem na hora da compra. O que ressalto aqui é apenas sob o meu ponto de vista.
Primeira impressão: senti um certo incômodo na cabine ao apoiar o cotovelo esquerdo na porta, na parte próxima ao vidro. Acostumado a fazer isso no meu Cerato (do mesmo fabricante, a Kia) achei que a linha de cintura alta do carro e o teto rebaixado deixaram meu cotovelo numa posição um pouco alta, na mesma linha do ombro – o que causa desconforto durante uma viagem em que se fica muito tempo nessa posição. Fui obrigado a usar o apoio mais baixo, próximo aos controles do vidro, para ficar mais à vontade. Talvez isso não incomode motoristas de menor estatura (eu tenho 1,90m) que geralmente usam o banco mais alto. Mas é um incômodo causado pelo design arrojado, esse sim sem nenhum questionamento.
Outro equívoco: o plástico rígido demais atrás dos bancos dianteiros e aquela telinha porta-revistas. Quando sentamos atrás, esbarrar com o joelho ali não é uma sensação agradável. No Cerato, por exemplo, essa parte é maleável e a bolsa de revistas é do mesmo tecido dos bancos, portanto, mais confortável de “esfregar” a perna. Acho que na Sportage poderia ser em couro, mesmo tecido dos bancos e sem o plástico rígido.
Achei, também, que o acabamento das portas merecia uma atenção maior – é muito plástico prum pedacinho só recoberto de couro. E risca muito – qualquer encostadinha com anéis, que as mulheres sempre usam, deixa sua marca. Aliás esse é um defeito também nas portas do Cerato.
Outro defeito encontrado na nova Sportage é o… a… humm… Não sei! Não consegui encontrar mais nada. A minha lista pára por aí. E realmente é difícil apontar falhas num carro totalmente revolucionário. A começar pelo design espetacular. A linha de cintura alta, os vidros menores e um certo ar de “muscle car” dão robustez ao modelo, que passa longe de parecer com o anterior. É outro carro! Peter Scherer estava mesmo inspirado.
O câmbio de seis marchas casa bem com o motor de 166 cv e dá pra sentir o corpo colar no banco em arrancadas ou retomadas de velocidade. Em aclives, as trocas funcionam perfeitamente e em declives muito acentuados, há o sistema DBC que segura o carro automaticamente.
A posição de dirigir é outra virtude: é super confortável, regulada pelos ajustes elétricos de altura, inclinação, profundidade e da lombar. Tudo isso num amplo espaço interno na frente e razoável atrás. No modelo testado também tinha controle de tração e estabilidade, teto-solar duplo, piloto automático e câmera de ré com tela no retrovisor – o que ajudou demais minha mulher nas manobras de estacionamento. Mas faltou o ajuste de profundidade do volante. Tinha só o de altura.
A sensação de rodar na nova Sportage é de pleno poder. Fiz pescoços torcerem por onde passei e a cada estacionada, eu tinha de perder alguns minutos falando do carro com curiosos. Afinal, há pouquíssimas rodando por aí ainda.
Ah, peraí, lembrei de mais um defeitinho: fica difícil enxergar as informações do painel do rádio quando o sol bate em cima. Talvez pela inclinação. Mas é só com o sol a pino.
Uma das coisas que me agradou é o consumo: em percurso misto, 65% estrada e 35% cidade, mais o pezinho pesado do papai aqui que, vez ou outra, encostava nos 160 km/h (só pra sentir a adrenalina subir), consegui a marca de 9,1 km/l. Muito bom para um carro desse tamanho e com motor que responde bem ao acelerador. Parece ter mais que os 166 cv que tem.
O modelo testado ainda vem com rodas aro 18, botão de partida, controles DBC (descida) e ESP (estabilidade e tração), tração 4×4 integral e chave “keyless” que basta estar no bolso para a porta destravar sozinha e dar a partida pelo botão. Nem precisa colocá-la no compartimento apropriado, dentro do apóia-braço no console central. O problema que isso causa é esquecer ela no bolso, entrar no restaurante e deixar o Valet procurando a chave… rs!
A nova Sportage vem em 5 versões com preços que começam em R$ 83.900,00, para o modelo base com câmbio manual e tração 4×2, até R$ 103.400,00 (valores pelo site da Kia) no top de linha que vem recheado de opcionais e acessórios. Bom preço em relação ao seu maior concorrente, o ix35 da Hyundai, que está numa faixa um pouco mais acima. O problema mesmo é que, pra ter um carrão desses, você precisa ter paciência – a espera é longa e a fila é enorme.
Mas, sinceramente, vale a pena a espera! E esse passeio temporário já me deixou com vontade de trocar meu Cerato, que tá com menos de 4 mil km, pelo novo SUV da Kia. Aliás, comparando os dois carros da mesma fábrica, a Kia mostra que não está para brincadeira. O cuidado, tanto em design quanto em tecnologia, empatam na maioria dos seus modelos.”
Gostei demais:
– design
– desempenho
– economia
– conforto
Não gostei:
– acabamento das portas
– iluminação do painel do rádio (falta botão regulador)
– posição dos botões do computador de bordo
– espaço no porta-malas (estepe toma muito espaço)
O OLHAR FEMININO (por Débora Quirino, coordenadora de mídia)
Na minha visão feminina e, provavelmente, na das minhas amigas motoristas, a análise do carro é bem mais simples. Isto porque nossas preocupações são outras. Vamos deixar para os nossos maridos a incumbência (seria a chatice?) de observar detalhes tipo: quantos quilômetros o carro faz por litro, potência, torque, etc. Tudo grego pra nós!. Para mulheres sábias, este tipo de conta é feito da seguinte maneira: Coloco “X” de gasolina por semana. Se passar disto, é porque fui visitar uma amiga que mora longe. Ah, tem muitos porta-trecos? Beleza!
Voltando ao carro…, meninas que carro é esse!! Só falta falar! O piloto automático é tudo! Você aperta um botão na direção e esquece! Ótimo pra gente programar a velocidade certa na estrada e não se preocupar com os radares (meu marido que o diga pela quantidade de multas).
Outro acessório que me chamou atenção foi o freio de mão, que não é de mão “é de pé”. Sem esforço, só uma empurradinha básica para baixo e ele trava. Outro toquinho, ele destrava. Chega de unhas borradas depois do salão. E por falar em unhas, aquela história de revirar a bolsa pra pegar a chave com o esmalte fresquinho, já era! Ela fica dentro da bolsa e basta chegar perto do carro que ele destrava sozinho. Se aqui fosse o twitter eu dava um #tudodebomisso!
Um detalhe indispensável para nós, mulheres atarefadas que saímos de casa com tudo pendurado no pescoço, inclusive a bolsa de maquiagem, geralmente terminada no carro: espelho e luzinha no quebra-sol do motorista e do passageiro. Agora sim a gente pode sair do trabalho e se maquiar no carro enquanto o semáforo não abre. Linda na balada, forever!
No banco do passageiro, faltou o conforto dos controles elétricos, que também inflam na parte lombar, o que é ótimo para a hora do rush. Porque só no banco do motorista? Quando eu dirigia, tudo bem, mas de passageira… aff, esse negócio de puxar manivela não dá!
Gostei do espaço para esticar as pernas com o pé no painel (duvido que você não faça isto!) enquanto o marido presta atenção na estrada é muito bom e o banco reclina o suficiente para uma soneca gostosa. E se vocês estiverem viajando à noite, o teto solar duplo te dá uma visão incrível do céu e das estrelas. Só não vai esquecer do marido dirigindo, coitado!
Enfim, para mulheres que gostam de SUVs, assim como eu, mas se incomodam com grandalhões como o Santa Fé, Veracruz, Range Rover, SW4, Dodge Journey, entre outros, a nova Sportage não deixa nada a desejar pois, além de ser mais compacta, tem um design maravilhoso! Ou como diríamos nas mídias digitais #euqueroumapramim. Troca o Cerato, amor?”